Thursday, August 18, 2005

Ativismo e Fetichismo.

O ativismo é o fetichismo da ação. O ativismo se define por acreditar que a ação é algo dado e evidente. Para o ativismo, pensar radicalmente aquilo que se faz é completamente secundário. Como a ação não é algo dado nem evidente para ninguém, os ativistas são obrigados, para manter sua ilusão, a se colocar como seres exteriores à sociedade. Eles então vão para as favelas etc tentar "educar" e "agitar" as massas ou então fazem ridículas passeatas "anti-G8" etc. Só isto já denuncia que só pode ser ativista quem tem tempo para isto, ou seja, quem não trabalha, quem não é explorado, quem é privilegiado suficiente para se colocar como "educador" e "agitador" da sociedade. Por consequência, o ativismo desemboca necessariamente no vanguardismo, na hierarquia. Enquanto a pequena-burguesia fica se divertindo com seu ativismo, os proletários, ao contrário, sabotam cotidianamente o trabalho a que são forçados pela burguesia e pelo Estado, e alguns proletários aqui e ali começam a pensar radicalmente o que fazem, começam a estudar a sociedade em que vivem, começam a trocar conhecimentos com outros proletários sobre como a classe dominante impõe o trabalho e perpetua a sua dominação, sobre como a ditadura da mercadoria impõe o desemprego, forçando os proletários ao trabalho e reproduzindo o Estado e a polícia para punir os proletários que se recusam ao trabalho.

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